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miércoles, 24 de febrero de 2010

Lost Last Supper

God bless Lost

viernes, 12 de febrero de 2010

"Águas de Março"













É pau é pedra
É o fim do caminho
É o resto do toco
É o pouco sozinho
É um caco de vidro
É a vida, é o sol
É a noite é a morte
É o laço é o anzol
É peroba do campo
É o nó na madeira
Caingá, candeia
É matitapereira
É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É o mistério profundo
É o queira não queira
É um vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga é o vão
Festa da cumeeira
É a chuva chovendo
A conversa ribeira
Das águas de março
É o fim da canseira
É o pé é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira
Uma ave no céu
Uma ave no chão
É um regato, é uma fonte
É um pedaço de pão
É o fundo do poço
É o fim do caminho
no rosto desgosto
É um pouco sozinho
É um estrepe é um prego
É uma ponte um ponto
É um pingo pingando
É uma conta, um canto
É um peixe, um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando
É a lenha, é o dia
É o fim da picada
É a garrafa de cana
Estilhaço na estrada
É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama, é a lama
É um passo, uma ponte
É um sapo é uma rã
É um resto de mato
na luz da manhã
São as águas de março
fechando o verão
É promessa de vida
no teu coração
É uma cobra, um pau
É João, é José
É um espinho na mão
É um corte no pé
É um passo uma ponte
É um sapo é uma rã
É um belo horizonte
É uma febre terçã
São as águas de março
fechando o verão
É a promessa de vida